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dezembro 19, 2011 MSTeam Crew 0 Comments



Heavy Metal: carga aérea em MAO





Desde uma pequena flor a gigantes peças de engenharias, de um ponto extremo leste ao ponto extremo do oeste, de norte a sul, em um mundo cada vez que pede e necessita de rapidez de agilidade, com economias mais interligadas a aviação cargueira se torna a cada dia um meio de envio de cargas indispensável ao mundo.

Quando citamos Manaus, logo se vem a imagem da Zona Franca de Manaus e suas industrias de componentes, de eletrônicos e o polode duas rodas que estão diretamente ligados ao grande volume de cargas do aeroporto da capital Manauara





O atual Aeroporto Eduardo Gomes dispõe de um complexo de logística de carga, implantado em três etapas, sendo o Terminal de Logística 1 inaugurado em 1976, o Terminal de Logística 2 em 1980 e o Terminal de Logística 3 em 2004.
Este complexo movimentou no ultimo ano de 2010 um total de 198.336.535Kg de carga.

Terminal 1 - dedicado a atividades de internação, exportação e recebimento de cargas nacionais.

Terminal 2 - operações de importação.

Terminal 3 - inaugurado em 2004 hoje, se reestruturou para receber boa parte dos equipamentos de alta tecnologia, tendo projetos para ampliar e receber todo o processo de importação.

Com esses 3 TECAS o atual crescimento econômico do país impulsionou no volume de cargas tendo seu pico registrado em 2010, o aeroporto foi surpreendido por um alto volume de mercadorias e instalações provisórias foram estabelecidas e construídas ao lado do TPS 1 de Eduardo Gomes, onde se encontram até hoje.

Já se faz necessário ampliações nos TECAS ou até mesmo um 4 TECA , visto ao crescimento e demanda do país. Ainda não temos estudos ou projetos concretos pelaa atual administradora Infraero, mas o votos são que não fiquem parados apenas na estrutura que era provisória e hoje faz parte real do complexo logístico de cargas.

Com aproximadamente mais de 198 milhões de Kg carga movimentada, EG está na terceira posição no ranking de cargas Brasileiro, perdendo apenas para os aeroportos Paulistas de Viracopos – Campinas e de Guarulhos na Grande São Paulo.


O quê se importa e exporta?
São toneladas e toneladas de artigos manuseados no complexo logístico onde se destacam:

Principais produtos:
Exportação: Celulares, disjuntares, lâminas de barbear, sintonizados de satélite, alarme para veículos, peixes ornamentais, componentes para câmeras de vídeo e fotografia/DVD, placas de computadores, concentrado de refrigerante, lente de contato bruta e acabada.
Importação: Componentes para celulares, componentes eletroeletrônicos, carga valor(ouro-prata), placas, circuitos impressos, componentes para televisão, componentes para CPV, componentes de informática, componentes de câmera e vídeo.





Ao longo dos 365 dias, aeronaves de diversos tipos e tamanhos rasgam os céus Manauaras com diversos desses itens, sendo que algumas vezes, apenas chegam lotados e saem vazios devido a ter apenas cargas de importações. Várias empresas puramente cargueiras operam/operaram no EG. Importantes empresas já não existem mais, mas novas empresas estão aí, disputando um nicho lucrativo e importante.

As empresas puramente cargueiras que operam no EG, destacam-se:













ABSA CARGO

















ATLAS AIR
















  CENTURION CARGO
















           FLORIDA WEST













LUFTHANSA CARGO





















                LAN CARGO















MAIS AIR















RIO LINHAS AÉREAS

















TAMPA CARGO














TOTAL LINHAS AÉREAS

















VARIG LOG















* Créditos das fotos : Frederico Cavalcante e Fábio Duarte
* Texto por Wesley Lichmann
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Manaus: O Hub do Norte

 

Por Wesley Lichmann

Aeroporto internacional de Manaus – Eduardo Gomes, inaugurado em 31 de março de 1976, estrategicamente construído para o fluxo de passageiros e cargas da Zona Franca de Manaus, é atualmente o maior aeroporto da região Norte. Com movimentação de 2.688.623 no ano de 2010, Manaus tem se destacado como principal aeroporto da região, tanto no volume de cargas (ocupando a terceira posição no ranking nacional) como na movimentação de passageiros.

Desde sua inauguração a função do Eduardo Gomes era a de abastecer as indústrias instaladas na capital Amazonense e o desenvolvimento de novas rotas domesticas e internacionais, integrando ainda mais a região norte do País e em conjunto o crescimento de cidades no interior do estado e de estados e países vizinhos.

Se Curitiba tinha um papel essencial no desenvolvimento do cone sul do continente após o acordo do MERCOSUL, Manaus por sua vez se tornou o portão de entrada para novas rotas Norte-Americanas e também de vôos que ligavam países da parte Noroeste do continente como Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela. Dezenas de vôos foram criados e o aeroporto Eduardo Gomes se destacava em sua função estratégica, como fora designado.

As décadas passaram e problemas econômicos ocorriam tanto no Brasil como nos países vizinhos, como a aviação é um dos termômetros da economia, Manaus viu a diluição dos vôos internacionais ao longo das décadas de 80 e 90, mais precisamente no final da década de 90. Algumas companhias nacionais ainda insistiam em vôos para Miami, cito aqui dois casos nos idos anos do inicio da década 2000. As duas maiores companhias Varig e TAM não conseguiram sustentar seus vôos que realizavam o seguinte trajeto: BSB-MAO-MIA. Ambas não aguentaram ao baque que a economia sofria e aos ataques de 2001.

Mesmo com o desaquecimento econômico, o Aeroporto Eduardo Gomes sempre manteve uma tradição: Vôos que ligavam cidades troncos com widebodies, isso se explica pelo fato da geração de carga, principalmente de microcomponentes, telefones, televisões e outros tantos itens manufaturados no polo industrial.

Aqui fica o registro de vôos clássicos e tradicionais como o VRG 204/05(2204/05), que foi realizado por praticamente todas as aeronaves de longo curso da Pioneira, o VSP 234/5(4234/5) e o TBA 926/7, para citar os mais tradicionais entre tantos outros cujo trunfo principal era encher seus porões de carga, tudo o que subia de passageiros era lucro!

Se as décadas de 80 e 90 viram um crescimento exponencial do Eduardo Gomes, o início dos anos 2000 foram difíceis assim como em toda rede da Infraero. Economia em baixa, a aviação comercial recuava e foi assim ate um determinado período.
Mas o wides permaneciam mesmo com o decréscimo de passageiros e cargas.


A Volta do HUB do Norte

Na metade da atual década o Brasil viu sua economia evoluir e se assentar entre a 10 mais fortes, como já citado, economia em alta igual a aviões e mais aviões cheios. Todo o país experimentava um crescimento vertiginoso e controlado, novas rotas foram criadas, novos players surgiram, o sistema e o perfil do usuário mudaram. O que era chique se tornou um meio de transporte como qualquer outro, com flexibilização de tarifas e preços mais baratos a aviação se popularizou, empresas com tradição enorme sumiram tais como a Varig, Vasp e Transbrasil. Outras se fortaleceram como a Gol e a TAM.

Começava a real era de ouro do Eduardo Gomes. O terminal que fora construído para 1.8 milhão de passageiros por ano atualmente se encontra saturado. Segundo registro da Infraero, no ano de 2010 passaram pelo Aeroporto Manauara 2.528.999 de passageiros nacionais, 159.624 internacionais, um total de 2.688.623 de passageiros.

No tocante a carga aérea: 100.037.098 KG nacional, 58.332.259 KG internacional um total de 158.369.357 KG, colocando o SBEG entre o top três em carga aérea, perdendo apenas para os aeroportos Paulistas de Guarulhos e Viracopos.

Com uma pista 10/28 com 2.700 x 45 metros, seis pontes de embarque e com três TECAS (Terminais de Carga Aérea), sete hangares, estacionamento para 341 veículos e localizado a 14 km da região central da Capital Amazonense, hoje SBEG figura na quinta posição de passageiros internacionais do Brasil para os Estados Unidos.

Com seu crescimento exponencial nos últimos anos Manaus recebeu novos players e novos vôos foram criados para cidades Norte-Americanas e solicitações de novos vôos estão em vigência.


Os players e suas estratégias

Em 2006, Manaus, que já contava com vôos para Miami pela TAM, receberia a primeira ligação direta para outra zona franca na América central, era a vez da Copa Airlines inaugurar a sua ligação: Manaus – Cidade do Panamá, promovendo ligações através do seu HUB para costa leste e oeste Estadunidense, América central e Caribe.

A criação deste vôo foi o sinal para outras cias se interessarem pelo mercado Manauara e nos anos seguintes vimos a entrada da Delta Airlines, o upgrade de equipamento da Tam e a ligação única MIA-MAO-MIA pela vermelhinha.


Copa Airlines



A empresa que começou seus vôos em 2006, hoje está estabelecida com quatro frequências diurnas com equipamento Embraer 190. Promove seu Hub muitíssimo bem, com ligações tanto para costa leste ou oeste dos Estados Unidos, com vôos diretos e bons preços. Conta também com ligações fortes para a região do Caribe, Am.central e países vizinhos como a Colômbia. Oferece um belo produto para um vôo de 02h30min com seus Embraer 190. Já solicitou mudança de equipamento (Boeing 737-700) e de horário, o que irá facilitar ainda mais conexões que antes precisavam de um pernoite na capital Panamenha.

Atualmente a Copa é uma empresa solidificada em Manaus, podendo ainda solicitar mais operações de acordo com a demanda que tende a crescer, e sua futura entrada na Star Alliance abre ainda mais o leque de opções no HUB de Tocumém, aeroporto da Cidade do Panamá. A posição central do HUB Panamenho, a entrada na Star Alliance, o upgrade tanto de equipamento e frequência, tornam a Copa Airlines um player forte e ainda com outras opções: como ampliação do code-share com a Gol e sua filial Aero Republica não seria improvável uma futura ligação MAO – Colômbia.


American Airlines



A empresa já solicitou juntamente aos órgãos Americanos e Brasileiros quatro vôos por semana MAO-MIA com seus 737-800. A entrada da American pode ser um divisor de aguas, a empresa possui uma base de clientes muito forte no Brasil, promoverá o HUB de Miami (seu terceiro maior HUB), é umas das empresas lideres da aliança Oneworld, dependendo dos preços a Europa se torna mais acessível via Miami do quê qualquer outra cidade Brasileira. Com base nos bons números da empresa sediada em Dallas no Brasil o upgrade de equipamento será uma questão de tempo, ainda mais com a grande quantidade de carga embarcada nos porões, novamente vem o detalhe: “porão cheio, o que vier em cima é lucro”. As operações se tornam efetivas a partir de 2012, com um belo HUB montado em Miami, base de cliente fortíssima, não se espante se você ver um 767 da AA e Manaus em menos 2 anos de operação.


Delta Airlines



A empresa solicitou novamente vôos para Manaus, mas a sensação é que não veremos novamente a gigante de Atlanta no Eduardo Gomes. Ao que parece a solicitação junto ao DOT(Americano) e ANAC(Brasil) está mais focada para segurar os slots para o Brasil e aproveitar para incrementar futuramente nos vôos que partem da região Sudeste, como o GRU-DTW e GIG – ATL.

Caso realmente resolva voltar com suas ligações MAO-ATL, a Delta primeiro precisa divulgar o seu gigantesco HUB de Atlanta, mostrar que saindo de Manaus você tem opções para todo o mercado Americano, usufruir de sua malha Asiática, mostrar que é membro Skyteam e que pode facilitar a vida do passageiro com horários melhores para os bancos de conexões em Atlanta. Realizar uma campanha de marketing e propaganda junto ao cliente Amazonense, sem divulgação achando que as pessoas já conhecem a empresa apenas pelo seu tamanho será novamente um vôo de bater latas.


TAM




A empresa oferecia MAO-MIA com aeronaves A320 em duas classes. A rota recebeu Upgrade para o Boeing 767-300, o fator carga também foi um dos motivos para tal mudança. Os Boeings 767 da vermelhinha estão defasados na questão conforto ao pax, mas com a demanda crescente o dólar barato e a lotação máxima dos vôos que partem de Guarulhos o 8076/7 tem se tornado a segunda opção aos publico paulista que realiza conexão em Manaus até Miami.

A empresa mantém seu 8076/7 com boas ocupações e loads ótimos, mas o futuro pode não parecer tão promissor, com a entrada da American Airlines. A TAM deve enfrentar alguns problemas, mesmo com a demanda crescente. A companhia atende a demanda O&D abastecida por conexões da região Norte, Nordeste e pasme também da região Sudeste. A empresa possui trunfos como: é a única empresa brasileira a voar para os Estados Unidos, a língua facilita a escolha de alguns passageiros, conta com cobertura da Star Alliance e tem o seu programa de milhagem, mas que hoje não é tão bom quanto outros programas.

A TAM deveria saber usar melhor o seu programa de milhagens, o Fidelidade TAM. Hoje o programa está burocrático, o sistema de pontuação muda constantemente. O programa é um trunfo para a empresa, mas parece que nem ela mesmo sabe como usar essa ferramenta, burocratizou demais, sem contar o sumiço dos pontos que acontece diariamente com os fidelizados.

Outro ponto negativo: o Boeing 767. É um baita avião? Sim, mas o interior dos 67 desagrada e muito, com a fusão anunciada e esperada para ser concretizada em meados do segundo semestre com a Lan, poderia render novos 767 para a vermelhinha.
Aguardemos, por enquanto a TAM só são sorrisos na rota, mas a entrada da American pode prejudicar em um primeiro momento a TAM. As cartas estão aí, as ferramentas para cativar o passageiro também, veremos ao longo dos próximos anos.


Empresas que operam no Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes

Comerciais

Azul
Copa Airlines
Gol
TAM
Trip

Cargueiras

Absa
Atlas Air
Centurion cargo
Florida West
Lan Cargo
Lufthansa
Mas Air
MTA
RIO
Tampa
Total Cargo
Varig Log

Dados/números*
Passageiros:
Domésticos: 2.528.999
Internacionais: 159.624
Total: 2.688.623

Carga:
Doméstico: 100.037.098 Kg
Internacional: 58.332.259 Kg
Total: 158.369.35 Kg
Aeronaves:
Doméstico: 45.577
Internacional: 6.928
Total: 52.505
*Fonte Infraero/números de 2010